sábado, 21 de setembro de 2013

Resenha do artigo A Primeira Conferência Brasileira de Proteção à Natureza e a questão da Identidade Nacional The First Brazilian Conference on the Protection of Nature and the theme of national identity JOSÉ LUIZ DE ANDRADE FRANCO Doutor em História Social e das Idéias pela Universidade de Brasília (UnB) e professor da União Pioneira de Integração Social (UPIS

RESENHA :A Primeira Conferência Brasileira de Proteção à Natureza e a questão da Identidade Nacional

AUTOR do ARTIGO: JOSÉ LUIZ DE ANDRADE FRANCO
Doutor em História Social e das Idéias pela Universidade de Brasília (UnB)
e professor da União Pioneira de Integração Social (UPIS)

O artigo escrito por José Luiz de Andrade Franco pretende expor e analisar pensamentos e propostas formuladas na primeira conferência realizada no Brasil com o tema sobre proteção da natureza. Nesta conferência começa a ser construída a ideia de nacionalidade e a busca pela identidade nacional, propondo uma modernização da sociedade.
A movimentação intelectual, politica e cientifica que envolvia o contexto da organização da conferencia pelo grupo Sociedade Amigos das Arvores, com apoio do Museu Nacional, tendo como relator Alberto Jose Sampaio, gira em torno da busca de uma politica voltada à conservação do patrimônio natural brasileiro.
A preocupação com os problemas florestais justifica a organização da conferencia, diante disso Leoncio Correa presidente do grupo Sociedade Amigos das Arvores, esclarece que discutir as alternativas para proteção é prioridade dos países civilizados. O Brasil estava caminhando para esse entendimento com a realização da conferência. Diante disso a primeira conferencia significa a projeção do país no grupo de países que desenvolviam pesquisas no campo da proteção ambiental e se preocupavam com os recursos naturais e a tentativa de conscientizar os líderes da nação da importância da temática ambiental.
O artigo oferece além dos trabalhos apresentados na conferência, as análises dos projetos internacionais das ações dos países lidando com o problema do meio ambiente, as elaborações das leis e seu cumprimento e a punição aos que as desrespeitam. Citam as criações dos parques nacionais como iniciativa de proteção. Os parques tornaram-se modelos de preservação. Havia pesquisa apresentada nessa conferencia que descreviam os modelos usados internacionalmente para proteger a natureza em outros países. Perante a devastação que ocorria em vários locais brasileiros, intensificava a luta pelos interesses de proteção da terra e da natureza.
Duas concepções foram apresentadas na conferencia em relação a problemática ambiental: Campo silvicultura e parques nacionais. Foram temas presente na formulação e discussão de formas de proteção da natureza.
Conforme o autor os conservacionistas pensando as alternativas de proteção a natureza, consideravam áreas virgens livre de ocupação humana, outra corrente, os preservacionistas, acreditavam em uma exploração racional dos recursos.
Observa-se o interesse e a preocupação por parte dos intelectuais, cientistas, e formadores de opiniões, em descrever a devastação e as iniciativas para proteger os recursos naturais, o meio ambiente, a natureza. A cooperação entre os países (Roquette-Pinto) foi defendida na intenção de unir as ideias e fortalecer os resultados na defesa da natureza.
As comunicações apresentados no relatório da conferencia contemplam a educação, proteção a natureza, solo e subsolo, flora, fauna, antropologia e Biogeografia, legislação e método. Foram apresentadas respostas ao questionário oferecido aos municípios, no qual as perguntas foram previamente distribuídas. Aconteceram votos, apelos e protestos identificados pelo autor.
            Embora as tentativas dessa conferência de chamar a atenção do governo para importância dos problemas ambientais causados pela ação humana, representam uma divisão de aguas, não foram suficientes para atender as necessidades pontuais devido ao descaso das autoridades competentes e aos interesses econômicos e políticos. Percebe-se pelo texto que a beleza do país era admirada e ressaltada, floresce o sentimento nacionalista e as ideias conservacionista se difundem.
            O autor procura evidenciar que as ações para a consciência ambiental estava se consolidando em conferencias pelo mundo, e as criticas às politicas econômicas eram manifestadas. Não foi diferente na primeira conferencia no Brasil. Vários  lideres e formadores de opiniões criticavam na conferencia as devastações que a natureza vinha sendo submetida no Brasil. Congressos organizados e leis elaboradas internacionalmente eram citadas como exemplo e auxiliavam à fundamentar os argumentos à favor da natureza. As modalidades que ocorriam pelo mundo nos congressos eram voltadas para proteção da natureza, aos congressos científicos e de silvicultura. Através de  documentos oficiais divulgavam a legislação de cada país na conservação da natureza.
            A comunidade cientifica intelectual e simpatizantes com a causa dos cuidados com o meio ambiente, estavam  nesse período histórico mobilizados na ideologia preservacionista e conservacionista. Embora em alguns pontos divergentes entre eles, as diretrizes de base são em favor do mesmo objetivo.
Os termos da conferencia se entrelaçam em educação e ações efetivas.
Como colocar em prática as ideias de proteção e respeito pela natureza? Como iniciar o processo de conscientização social? Foram pensadas algumas alternativas como reflorestamentos e evitar as queimadas. Através da educação poderia ser ensinado como usar a terra de forma produtiva sem comprometer o futuro. As crianças plantaram arvores como projeto pedagógico na tentativa de incentivar os ideais dos cuidados com a natureza.
O autor evidencia que os projetos não foram efetivados, mas que Roquette- Pinto observa que a criação do Museu Paulista e o Jardim Botânico, foram importantes para o movimento.

Um artigo de Paulo Roquette-Pinto, na época diretor do Museu Nacional, publicado, pouco antes da Conferência, na Revista Nacional de Educação, chamava a atenção para o fato de que a idéia de proteger a natureza vinha se impondo cada vez mais a todos que “votam o valor imenso, para o homem, das belezas naturais e da maravilhosa multiplicidade das espécies vegetais e animais”

Franco continua citando o artigo de Roquette-pinto que recomenda ao governo a criação de parques nacionais e centro de pesquisas, como as reservas naturais, poderia incentivar o turismo e a possibilitar a existência de áreas intocadas.
Reflito sobre a importância desse movimento, no qual tentava criar vínculos do governo com natureza e a sociedade. Os primeiros indícios da tentativa de conscientizar da intima relação entre natureza e sociedade, sugeri uma preocupação entre progresso e a manutenção do patrimônio natural. Acredito que essa iniciativa da primeira conferencia é uma das contribuições  significativas no pensar a problemática ambiental e abre precedentes para a geração seguinte. Embora muito lentamente as ações vão se firmando e consolidando a partir da formação de consciência ambiental. Cuidar para ter.

Maria Cristina Pastore
Graduada em Artes Visuais licenciatura
Pós RS Rio Grande do Sul: Sociedade, politica e cultura
Aluna especial do Mestrado Profissional  em História 


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